Unimed-Rio
- Projeto Projeto Pertencer: reconexão com os sócios — uma questão de sobrevivência ou liquidação
- Agência Marcondes Valois Consultoria; Olega Comunicação
- Região Espírito Santo e Rio de Janeiro
Após enfrentar uma profunda crise de confiança entre gestão e cooperados, a Unimed-Rio estruturou um projeto de reaproximação que reconstruiu vínculos, restabeleceu a governança e manteve a operação ativa
Desafio
Com 54 anos de história, a Unimed-Rio foi, até 2014, líder de mercado e a marca de planos de saúde mais querida pelos cariocas. A partir daquele ano, porém, a cooperativa mergulhou em uma crise institucional que se agravou por múltiplos fatores: grupos de médicos passaram a exigir a renúncia da diretoria, as dívidas financeiras e patrimoniais se acumularam, e a qualidade do atendimento aos mais de 800 mil clientes começou a dar sinais de comprometimento.
Em 2022, o cenário se intensificou: o balanço fechou com resultado negativo de quase R$ 1,8 bilhão. A crise levou à transferência de 485 mil clientes para a Unimed Ferj, ao arrendamento do Hospital Unimed, à redução do quadro de colaboradores e à perda da condição de operadora, passando a atuar apenas como prestadora de serviços médicos.
Embora o balanço de 2023 apresentasse leve melhora, ele também foi reprovado pela maioria dos cooperados, colocando em risco a governança da empresa. Mesmo com uma nova diretoria eleita, questões como a aprovação das contas e o silêncio da gestão anterior mantinham o ambiente instável e com risco real de liquidação.
Estratégia
Diante de uma crise institucional profunda, do desgaste de confiança e da ameaça concreta de dissolução, tornou-se urgente implementar uma estratégia capaz de restabelecer o vínculo entre os cooperados e sua cooperativa. O desafio central era promover uma reconexão genuína, que estimulasse a participação ativa nas decisões estratégicas e permitisse aprovar as propostas da nova gestão — condição indispensável para a continuidade da Unimed-Rio.
Nesse contexto surgiu o Projeto Pertencer, estruturado a partir de quatro objetivos, entre eles romper o ciclo histórico de distanciamento entre cooperados e diretoria. A estratégia foi construída sobre três pilares:
Transparência: fornecer informações claras e completas para resgatar a confiança e legitimar decisões;
Didatismo: facilitar a compreensão de temas complexos relacionados à gestão;
Proximidade: criar canais e oportunidades que aproximassem cooperados e diretoria.
A comunicação do Pertencer ganhou identidade visual própria, baseada em clareza, movimento e reaproximação, reforçando as mensagens principais:
- a nova diretoria chegava com um posicionamento pautado em transparência, eficiência e inovação;
- a Unimed-Rio queria ampliar a participação dos cooperados nas decisões da empresa.
Entre as ações práticas, destacam-se eventos e encontros de aproximação, novos canais de diálogo — como o Instagram do Sócio —, lives abertas da reunião da diretoria, videocasts sobre temas de gestão e outras iniciativas que ampliaram o fluxo de comunicação e reduziram a distância entre médicos e liderança.
Público
O projeto foi direcionado ao público interno da Unimed-Rio, especialmente aos médicos cooperados, que são também os sócios da empresa.
Impacto
Graças à estratégia, a Assembleia Geral Ordinária de 2025 registrou 1.855 participantes, o maior número da história da cooperativa. O ciclo de rejeições foi interrompido, e as contas relativas a 2022, 2023 e 2024 foram aprovadas pela maioria. Outro avanço fundamental foi a ratificação da mudança de operadora para prestadora de serviços médicos, etapa decisiva para a recuperação da governança e da sustentabilidade da Unimed-Rio.



